Olá amigos do G&M! Os testes da pré-temporada da F1 acabaram no ultimo sábado no Bahrein e, este ano, com o período de testes enxuto, os três dias foram extremamente intensos. Notou-se que a resistência dos carros foi muito boa, o que ajuda e muito no inicio dos trabalhos da temporada.
E os long runs também foram bem aproveitados, ainda mais com a gama bem extensa de pneus que a Pirelli levou para o deserto, inclusos dois tipos de pneus protótipos para verificar e balizar se as construções e desempenhos estão corretos nas fabricas da Pirelli (nas cidades de Izmit, na Turquia, e Slatina, na Romênia.).
E o que o Gaúcho achou desses testes? Vou começar da possível equipe de fim do grid para a possível equipe de maior desempenho. Vamos lá então?
Alpha Tauri
Sim! Fiquei bastante preocupado com a Alpha Tauri nos testes da pré temporada. O motivo nem é o desempenho de pista em si, mas a aparente desestruturação interna e politica da equipe. Logo, após um ano muito abaixo, com um Gasly extremamente desmotivado e um Tsunoda que nunca foi unanimidade na equipe, a equipe busca Nick de Vries, ex-Mercedes, para o lugar de Gasly, que se bandeou para a Alpine.
Ou seja: a principal missão da equipe – que era ser a porta de entrada da academia de pilotos – falhou. E durante os testes, uma nova pancada na moleira: a gestora Red Bull anuncia que a equipe não está dando retorno, e que poderá ser vendida logo.
Sendo assim:
- Teremos uma equipe cuja gestora quer vendê-la
- Que não cumpriu o que era a missão dela: Entrada de pilotos da academia Red Bull
- Com uma dupla de pilotos que um é novato e o outro não é unanimidade no circo
- Com uma unidade de potencia que é feita por uma montadora que tá de saída, e com a gestora assinada para daqui a 3 anos com outra montadora…
Juntando tudo isso, a chance da Alpha Tauri ser engolida pelo grid durante o ano é bem alta. Vejamos durante a temporada.
McLaren
A McLaren trás consigo um dos maiores problemas da F1: Um conceito que seja projetado errado desde o inicio terá de ser levado adiante durante muito tempo. E não há mais a disposição e a verba para largar tudo e começar tudo de novo. E o fato e que a McLaren se perdeu totalmente na virada de regulamento, e nos deixa a duvida: será que o desempenho de Daniel Ricciardo nesses anos era culpa somente dele?
Houve relatos que Lando Norris estaria em profunda decepção por mais um ano de um carro deficiente. O inglês terá que tirar novos coelhos da cartola se quiser ir mais a frente. E isso sem saber o quanto este novo provável retrocesso impactará na sua carreira.
E o esforço de Zak Brawn de tirar Oscar Piastri da Alpine poderá se voltar contra o australiano, tendo nas mãos um carro mal conocebido. Aposto na McLaren sofrendo muito no ano, seria algo a lá 1980. Aguardemos.
Williams
A Williams fez bons tempos durante a pré temporada com Alex Albon e surpreendeu com o desempenho sólido de Logan Sargeant. O Modelo parece muito mais consistente que o de 2022 e é um crescimento lento a cada ano desde a reestruturação iniciada no já longínquo 2019.
Estar a frente de McLaren e Alpha Tauri, no meu conceito, é muito valido pelo crescimento que mostrou principalmente em não ter um piloto pagante assumido e poder apostar em um talento da própria academia. E para nós, fãs de longa data da F1, ver a Williams pelo menos fixada no Q2 na classificação dará um belo motivo de sorrisos durante o ano.
Haas
Gene Haas deu dois passos atrás na montagem de dupla de pilotos para 2023: começou com uma dupla experiente e incerta, migrou para uma dupla totalmente inexperiente; fez um misto de inexperiência com alta experiência (forçada pela guerra na Rússia/Ucrânia) e agora volta com uma dupla experiente e incerta.
A questão aqui nem é a velocidade e o talento de Kevin Magnussen e Nico Hulkenberg, mas sim a capacidade que eles terão tecnicamente de poder evoluir o VF23 para esse ano. Para as primeiras provas, creio que o carro até poderá beliscar alguns pontos, porém não confio em estar fixo no meio do pelotão durante todo o 2023.
O inicio a frente da McLaren poderá ser decisivo na classificação final e, também, na motivação geral da equipe durante a temporada.
Alpine
A equipe francesa não teve tanto destaque nos testes e fiquei muito curioso no que realmente eles podem apresentar no ano de 2023. No entanto, algo que me deixa esperançoso é a dupla de pilotos: Esteban Ocon e, principalmente, Pierre Gasly, que tem estilos de pilotagem que podem aderir muito a equipe.
Ocon extremamente consistente, com 12 pontuações em 2023, e Gasly iniciando um novo projeto depois de sair do guarda chuva Red Bull, tem tudo para evoluir bem a equipe durante o ano. Porém, terá um desafio gigante: ser a melhor do meio do pelotão, que terá uma briga ferrenha entre a Alpine, a Alfa Romeo e a Aston Martin.
Alfa Romeo
Novamente,, a Alfa Romeo nasceu muito bem, como no ano de 2022. Valtteri Bottas e Guanyou Zhou andaram bem nos três dias, inclusive com o chinês tendo o melhor tempo em um dos dias. E essa estabilidade certamente lhe fará constar com frequência nos Q3 e beliscar bons pontos até a primeira grande atualização da temporada para as equipes (que fala-se em vir em Baku).
Vejo a equipe italo-suíça lutando para manter a Alpine atras de si, e tentando buscar a Aston Martin como a quarta força estabelecida do ano…
Aston Martin
A Aston Martin se revelou a grande atração mundial dos testes. E tudo graças a Lance Stroll que lesionou o(os) pulso (pulsos) antes dos testes. Com isso, veio a primeira questão: quem testaria no lugar do lesionado bota canadense?
O escolhido, inclusive para abrir os testes, foi Felipe Drugovich, e o brasileiro não decepcionou no desempenho e coleta de dados, sendo bastante elogiado no paddock. Ao entregar o chassis a Fernando Alonso, outra questão: o carro anda tudo isso mesmo?
Alonso esteve sempre entre os melhores, o que denota aparente grande evolução da equipe inglesa. Lembrando que Sebastian Vettel já tinha feito um bom fim de ano em 2022 e Lance Stroll havia lhe acompanhado muito bem, inclusive. Assim sendo, já nos surge a terceira questão: Lance aparentemente não vai participar da prova (e confesso que estou a crer que nem em Jeddah), quem que irá no lugar dele?
Falou-se em Mick Schumacher (aqui, por causa do clube da Superlicença), em Sebastian Vettel (cortina de fumaça total), em Stoffel Vandoorne (que em nenhum momento foi seriamente citado, sejamos justos). Assim, a Aston permitiu mais um turno de testes a Drugovich, e dessa vez com possibilidade de desempenho real. Novamente, o Brasileiro não fez feio, obviamente ficou bem distante de Alonso (o que considero normal, vide a diferença abissal de experiência entre eles.).
As informações que chegam é que SIM, o brasileiro participará da prova Bahrein pois os patrocinadores teriam bancado. Torço muito mesmo, seria excelente ter um brasileiro no Grid com um carro que se demonstra competitivo. Logo logo teremos a resposta.
Enfim, por hoje é isso e, na próxima, trarei um resumo sob minha ótica das principais equipes da temporada, ao meu ver: Mercedes, Ferrari e Red Bull. Será mais um ano de sufoco para Toto e seus comandados? Maranello vai brigar pelo título ou será um belo fogo-de-palha? E os taurinos, seguirão nadando de braçada?
Abraços a todos e até mais!