Steiner: Uma hora, a festa acaba

Uma das notícias mais comentadas do ambiente da F1 nestes momentos pré-temporada veio, justamente, da equipe que, talvez, incorporasse o mais “bagunçado” cenário dentro do certame. Desde 2016, a Haas tenta esboçar um crescimento, uma força considerável, mas o bom nome americano com acento italiano tem sido mais a Casa d’Irene do grid do que algo sólido.

Falta de esforço, dinheiro ou gerência? Esforço talvez não seja o mais explicável no caso da Haas, mas passando por perrengues econômicos (sobretudo depois da saída – ufa! – de Nikita Mazepin) não se dava pra pensar em um projeto realmente decente para colocar na pista. Sem contar o nível mediano dos botas da casa: dos veteranos atuais aos botas que lá passaram, inconstantes e batedores.

Não dá pra pensar em crescer dessa forma, e só piora se o ambiente soa esculhambado, improvisado, que parece contente permanecer na pequenez atual. E ai, tio Gene Haas, que está cansado de perder dólares e cabelos com a extensão F1 dos seus ímpetos velozes, resolveu olhar para dentro da sala da administração, da chefia: Guenther Steiner era o problema?

Em 2023, muito pouco feito pela equipe na pista e último lugar entre os construtores. Muita festa e pouco resultado?

Talvez seria leviano demais dizer, racionalmente, que Steiner é “o problema”, haja vista o contexto que a Haas se enfiou. Mas se o gerente não chacoalha de fato, como reagir? Folclórico, quase um libertino no box com seus trejeitos e xingamentos expansivos, fora um pedichão junto à Gene quanto a estrutura, mas sem uma evolução real do status de “enchedora de linguiça” da equipe no grid atual.

Em 2023, Kevin Magnussen e Nico Hulkenberg pouco fizeram. O time, que em 2022 chegou a surpreender em alguns treinos e corridas, passou como um despercebido na temporada e terminou em último nos construtores. Há quem diga, também, que a imagem de “liberdade e alegria” em excesso escancarada no midiático “Drive to Survive” ajudou a perceber que o ambiente não ajuda em nada a sair do imobilismo que a equipe se encontra atualmente, do médio para o pequeno.

Não dá mesmo! A chefia de Steiner talvez nunca perceber que o jeito “mais largado” de cuidar do bonde não é o ideal para quem tem planos maiores. Gene Haas não quer viver gastando dólares com uma barca que não dá o retorno e quase se fecha por si mesmo. E ai, olhar para a diretoria com feições sérias ante o folclorismo e irreverencia exagerada é sinalizar o caminho da saída, surpreendente, mas necessária para chacoalhar a casa.

Ayao Komatsu, junto de Magnussen: um olhar de engenheiro mais pragmático nos processos do time ajuda?

No seu lugar, Haas se apressou a anunciar o engenheiro do time, o japonês Ayao Komatsu, que possivelmente traga um olhar mais pragmático aos processos da equipe, do desenvolvimento à pista. É uma maneira de dar a chacoalhada, um movimento visando um ponto futuro, ao menos, favorável para outros pulos, não do dia para a noite, mas mais assertivos do que, apenas, ser a equipe da bagunça liberada.

Natural, perde-se aquele pouco de graça que o bastidor tinha, mas não se vence apenas rindo e esporrando qualquer um ou a própria sombra. A Haas ainda é uma incógnita se entrará nos trilhos do negócio, mas os tempos de hoje não cabem mais para o folclore em excesso, e esse personagem o velho Gene não quer mais incorporar no seu time, azar do folclórico Steiner, seja lá onde ele vai parar.

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