Documento G&M: GP SÃO PAULO, A CASA DA AMÉRICA LATINA NA FÓRMULA 1

Em mais uma incursão exclusiva, o Graining and Marbles recebe Gustavo Furlaneto, que conta abaixo detalhes exclusivos e diferentes do Grande Prêmio de São Paulo de F1, que foi disputado nos dias 07,08 e 09 de Novembro de 2025 em Interlagos!

 

Sou o Gustavo Furlaneto, sou formado em economia, mas atualmente trabalho com manutenção de prensa mecânica. Sempre fui apaixonado por carros desde crianças quando tinha meus hot wheels e com o tempo comecei a acompanhar a maioria das categorias de automobilismo

 

 

GP SÃO PAULO, A CASA DA AMÉRICA LATINA NA FÓRMULA 1

O Grande Prêmio de São Paulo (oficialmente conhecido como tal desde 2021, mas historicamente como GP do Brasil) se consolidou como a casa da Fórmula 1 na América do Sul, destacando-se não apenas pela tradição, mas também por um fluxo crescente de público regional.

Interlagos recebeu em torno de 300 mil pessoas no final de semana.

O evento em Interlagos tem testemunhado uma verdadeira “invasão argentina”, impulsionada pela paixão histórica e, mais recentemente, pela ascensão de pilotos como Franco Colapinto em 2024. No entanto, o fenômeno vai além dos argentinos.

O público estrangeiro é cada vez mais diversificado, com um aumento notável de torcedores vindos de toda a América do Sul (Chile, Colômbia, Paraguai e Peru) e até mesmo da América Central, com bandeiras de países como Costa Rica, Honduras e Nicarágua, onde geograficamente o país com um GP de Fórmula 1 é o México que está de volta ao calendário desde 2015.



Essa migração de torcedores da América Central para o Brasil e não para o México, deve se dar devido aos valores de ingresso, o ticket médio do GP do México de 2025 foi $783, o terceiro mais caro da temporada ficando atrás apenas dos GPs de Miami e Las Vegas. Enquanto isso, o GP de São Paulo teve o valor do ticket médio de $441, uma diferença de 43,7%.


Calculando o PIB per capita de toda a américa latina, chegamos a uma média aproximada de $8.000,00~9.500,00. Nominalmente, México e Brasil possuem as maiores economias da América Latina, o PIB per capita do México sendo um pouco maior que o do Brasil, $13.080 para os mexicanos contra $10.280 no Brasil (dados FMI 2024). Os dados econômicos mostram como o GP da Cidade do México se torna de difícil acesso tanto para os mexicanos quanto para os fãs de países vizinhos.
Alguns fatores podem explicar o alto preço do GP mexicano, como a alta da popularidade mundial da F1 levando a uma alta demanda por ingressos, ter tido nesses ultimos anos um heroi local como Sergio Perez, além dos custos elevados de logísticas e infraestrutura. Mesmo com o alto preço dos ingressos, o México teve um público de mais de 400 mil espectadores nos últimos dois anos.
A análise do fluxo de público e da economia regional estabelece uma conclusão clara: O Grande Prêmio de São Paulo se consolidou como a verdadeira “Home Race” da Fórmula 1 para a América Latina. Outro fator que vale ressaltar é que não temos uma corrida na Argentina desde 1998, existem rumores de que o país quer voltar a sediar uma corrida de F1. E claro devemos ressaltar de além das vitórias brasileiras no Brasil com Emerson Fittipaldi (2), José Carlos Pace (1), Ayrton Senna (2) e Felipe Massa (2).

A festa Brasileira em 1993 com Ayrton Senna.

Tivemos vitórias do argentino Carlos Reutemann, 3 oficiais, sendo duas em Jacarepaguá e uma em Interlagos, além de vencer a corrida não oficial de 1972, que não valeu pelo campeonato oficial de Fórmula 1. E também tivemos duas vitórias do colombiano Juan Pablo Montoya em 2004 e 2005.

O Brasil teve como primeiro vencedor oficial um Argentino, Carlos Reutemann, 1972.
Ao Colombiano Juan Pablo Montoya coube a festa em 2004 e 2005.

Enquanto o GP da Cidade do México utiliza sua alta demanda, o “Efeito Checo Pérez” e sua infraestrutura e seus custos logísticos (com ingressos quase 44% mais caros), ele afasta a maior parte dos fãs latino-americanos, cuja realidade econômica é representada por um PIB per capita regional mais modesto.
Dessa forma, o GP de São Paulo, com seu preço de ticket médio significativamente mais acessível e sua rica história (com vitórias brasileiras, argentinas e colombianas), transformou o Autódromo de Interlagos no destino de escolha e no ponto de convergência para o crescente fervor da Fórmula 1 em todo o continente. O resultado é um evento que não só bate recordes de público brasileiro, mas também celebra a paixão compartilhada por torcedores da América do Sul e Central, reafirmando seu papel como o palco mais inclusivo e regional da F1.

Franco Colapinto em sua Alpine-Renault: Argentino teve muito apoio de seus conterrâneos no fim de semana de Interlagos

 

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