História nunca foi modinha…
Se fosse, até mesmo Tonico & Tinoco era mais ouvido até hoje do que a turma que pira no “Descer pra BC”…
A história não ser modinha é a mesma que esvazia mentes e cria discussões vazias imersas na polarização recente. A mesma que não aperta mãos por diferenças pífias ou, simplesmente, depreda e transforma o que é público numa verdadeira folia digna dos bárbaros de tempos de antanho.
A modinha de hoje, esse tal público dito como “novo” por meios de comunicação, trata as coisas do automobilismo como simples estilo de vida, sem profundidade nem entendimento, apenas por ser parte da “tribo” que veste pilotos e não entende o mínimo do universo.
No automobilismo, qualquer um é bem-vindo, mas nem todos podem ficar dentro do mesmo ambiente se, por uma parte da “turminha do barulho” tudo é muito difícil pra se ver, ou que não seja “instagramável” para a autopromoção num ambiente que não é o seu, mas serve de pano-de-fundo.
E pergunto, quem vai usar como pano-de-fundo o desrespeito a história?
Este ano, não foram poucas as vezes que a roda de amigos do G&M passava quase solenemente, arriscando um sinal da cruz cristão, diante do busto histórico de José Carlos Pace. Aos que sabiam, de fato, quem ele era, era quase como um “com licença” em continência ao dono legitimo da casa.
Pace é tão grande quanto os campeões sempre – e enjoadamente – enaltecidos dentro da modinha recente. Relembra-lo não é meu papel aqui pois Moco merecia uma série de crônicas, vídeos, o que mais fosse para crivar em mentes vazias que, se Interlagos tem nome, o porquê disto é muito maior do que parece.

Mas a modinha não se preocupa. Poucos enaltecem ou mordem a gola da camisa de raiva com as cenas do fim de semana: na coincidencia de um fim de semana de tantos negativos da Stock Car, em algum momento e sem cerimônia, o busto tantas vezes reverenciado como uma presença quase sacra… demolido, destruído, arrebentado, mutilado.
Muitos não falam, e outros falam rasteiramente. Cai num vazio e no óbvio do vandalismo de todo dia, entre a pichação e da destruição. Não se pune, não se investiga e, no vazio de uma nota inócua e pobre, a prefeitura paulistana acumula mais uma controvérsia para si e alega a fantasia de “uma briga”.
Os restos estão lá, vazios e colocados no canto, como qualquer coisa que a modinha coloca quando é muito dificil de entender ou não dá “clique de Instagram”. E as perguntas que ficam, diante da única “resposta” que se tem nas mãos raivosas de nossa revolta não é o mero “vão recolocar?”, mas sim o “quando vão recolocar?” e “se vão mesmo recolocar?”
Para uma memória que é esquecida e chacoteada vez em quando pela modinha, entre seus baits e curtidas, por que não pressionar pelo respeito a história? Por que não pedir, verdadeiramente, o respeito e a reverencia de onde tudo começou de fato? É trabalhoso demais para os acomodados, e os que sentem uma atitude dessa como uma agressão física ficam como loucos falando sozinho num manicômico ou colocados de “tiozão”.
Lamento, não vejo fim positivo e, outra vez como tantas, Pace não descansa em paz nem mesmo na sua verdadeira casa. E outros eventos virão, e se cuspirem por lá não será mínima novidade para a modinha que busca cliques mas destrói e arrebenta – com palavras e ações – o passado construtor deste presente.

Desculpa, Moco! Eles realmente não sabem o que fazem (ou sabem e riem disto tudo).
*Por derradeiro: as palavras de Rodrigo Mattar são as nossas, do G&M e de quem beija a mão dos vultos históricos, hoje com as feições de uma raiva incontida.
