Silverstone: Uma Aventura no Berço da Velocidade

Por Gustavo Furlaneto ( @g_furlaneto)

A Inglaterra, terra do rei, do chá da tarde e dos icônicos museus, guarda um tesouro especial para os entusiastas do automobilismo: o lendário circuito de Silverstone. Lar de equipes de Fórmula 1 e marcas de carro icônicas, este país respira velocidade. Prepare sua boina e embarque nesta viagem emocionante!


Como um bom fã de carros e corridas, minha visita à Inglaterra não poderia deixar de incluir os museus dedicados a esse universo. Fui ao coração do automobilismo britânico, o Circuito de Silverstone, para conhecer seu museu, o ingresso do museu custa 23,50 libras e também rumei a Beaulieu para explorar o National Motor Museum, onde o ingresso custa 30 libras e vale demais a visita, o museu fica em uma grande propriedade, com castelo, igreja, passeio de trem pela propriedade que passa por dentro do museu e um passeio com um clássico ônibus vermelho de dois andares.

O museu conta com uma vasta coleção de carros que vão desde carros a vapor, carros clássicos de filmes, como um Jaguar do 007, clássicos de corrida, como a Ferrari de 2002 de Michael Schumacher, além de uma enorme coleção de motocicletas.
O Reino Unido é a casa de várias equipes de F1, como Aston Martin, Mercedes, McLaren e Williams. Embora a maioria das fábricas não ofereça tours abertos ao público – a McLaren, por exemplo, só recebe visitas mediante convite –, a Williams tem um tour em seu museu em Grove, custando 95 libras. Infelizmente, não consegui ir, já que as visitas acontecem apenas em dois sábados por mês. A fábrica da Aston Martin fica literalmente em frente a Silverstone; você pode passar por lá para tirar uma foto da fachada, mas o acesso é bem restrito.

Neste texto, vou compartilhar a experiência em Silverstone.

A entrada da fábrica da equipe Aston Martin.

A primeira e mais importante dica para quem vai a Silverstone é: alugue um carro! O circuito fica no meio do nada, e cometer o mesmo erro que eu cometi pode render uma logística complicada. Peguei um ônibus em Londres com destino a Northampton, uma viagem de cerca de 1 hora e meia. De lá, peguei um Uber por uns 30 minutos até o circuito.
Ao chegar ao museu, somos recebidos em uma sala com marcações no chão que simulam um grid de largada. As paredes são telões de LED que exibem uma contagem regressiva para o início da visita. Quando o cronômetro zera, começam a passar vídeos e transmissões de corridas históricas que aconteceram em Silverstone, abrangendo F1, WEC, MotoGP, categorias de turismo e muito mais.


Entrada de Silverstone já deixa claro o ambiente de corridas.

As portas se abrem, e somos convidados a mergulhar na história de um dos circuitos mais emblemáticos do mundo. A origem de Silverstone é fascinante: antes de receber corridas, o local era uma pista de decolagem da força aérea britânica. Nesta primeira parte do museu, há homenagens a combatentes de guerra, um simulador de tiro com caça e painéis de comando de aviões da época.


Após essa breve introdução militar, seguimos para as primeiras corridas, a partir de 1948, com imagens de troféus, jornais e revistas da época. O museu conta com algumas atrações interativas.

Além dos simuladores de caça, você pode montar seu próprio “charutinho”, escolhendo o tipo de chassi, material da bolha e pneus. Depois de configurar, o jogo simula uma volta com ele na primeira versão do circuito de Silverstone.

Neste primeiro andar, também é possível entrar em uma réplica de um carro de F1 da década de 50.


Descendo um andar, somos agraciados com a exposição de carros de corrida icônicos.

A famosa e inesquecível Williams-Renault FW14B.

Lá estão, por exemplo, a Williams de 1992 que deu o único título a Nigel Mansell – o famoso “carro de outro planeta” –, a Brawn GP de Jenson Button, a Lotus de Jim Clark de 1966, além de diversos outros modelos históricos da Fórmula 1, desde a era clássica até os carros modernos.


Além dos Fórmula 1, o museu exibe carros de Gran turismo, motos da MotoGP e um espaço dedicado aos 25 anos do TEAM JOTA, com alguns modelos de LMP2 e o Porsche 963 #12 que venceu as 6 Horas de Spa em 2024.

25 anos do Team Jota está representado no Museu

Vale ressaltar que, em todo o museu, há homenagens e itens de Lewis Hamilton, desde seus primeiros karts, macacões, capacetes e luvas, até imagens e vídeos por todas as salas.

As homenagens a Lewis Hamilton estão por toda parte…

 

…como o primeiro Kart do Hepta Campeão Mundial de f1.

Quase no final do tour, chegamos a uma área que detalha toda a tecnologia por trás da Fórmula 1, com peças reais dos carros, como motor e caixa de câmbio, oferecendo uma visão aprofundada da engenharia que impulsiona esses bólidos.

Todos os detalhes e tecnologia da F1 no detalhe…

Neste espaço é possível fazer o teste de comparação do pedal de freio de um carro tradicional e um de Fórmula 1, e a diferença é enorme, você coloca toda sua força no pedal e não passa dos 50% de força do freio.

… seja freios, motores, monocoques…
Uma disputa com as lendas do automobilismo finaliza o passeio

A parte final da visita é em uma sala de cinema para a “última volta”. Antes de entrar na antessala, somos preparados para essa experiência imersiva: nos posicionamos em nossos “cockpits” e somos apresentados aos nossos “adversários”, que são todas as lendas do automobilismo que se pode imaginar. Em seguida, seguimos para a sala de cinema e damos uma volta no circuito moderno de F1.

Em cada curva, é projetada uma ultrapassagem ou acidente que já aconteceu naquele local, com a participação de alguns dos adversários que foram apresentados.

Após a visita ao museu, temos um breve acesso à pista, especificamente à arquibancada que fica na curva Luffield. Por sorte, no dia da minha visita, estava acontecendo um treino de alguma categoria de fórmula regional, e pude acompanhar por alguns minutos.

Definitivamente, Silverstone é um templo do automobilismo, e toda a viagem e suas historias certamente serão eternamente lembradas pela sensação de estar aqui;

Abraços a todos!

 

 

Sobre o autor:

Sou o Gustavo Furlaneto (@g_furlaneto), tenho 23 anos, sou formado em economia, e atualmente trabalho com manutenção de prensa mecânica.

Sempre fui apaixonado por carros desde crianças quando tinha meus Hot Wheels e com isso comecei a acompanhar a maioria das categorias de automobilismo.

 

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