A era de ouro dá medo, né?

De novo…

Tem gente que devia ter o acesso ao YouTube proibido pela justiça para evitar que a desinformação e a ignorância verborrágica fossem disseminadas como verdades ditas por um falado “especialista”.

E da série de ilações sobre os ditos “esquecíveis”, a moda agora é vender a todo custo o atual momento da F1 como a era dos pilotos técnicos, arrojados ao extremo, imbatíveis como qualquer outra época vivida pela categoria em outros momentos.

Patético, covarde, sem embasamento e feito apenas para arrebanhar incautos que acreditam no “especialista”. Este tipo de discurso vazio e preguiçoso é próprio de quem vive no mundinho próprio, rotula os bons e ruins com o mesmo vigor separatista de um ditador qualquer e estimula a simplificação dos temas ricos de um passado, este sim, de ouro.

Ainda por estes dias, discutíamos junto ao GPTotal, a convite dos caros Lucas Giavoni e João Carlos Viana, as deficiências técnicas de regulamento, gritantes e evidentes, que levam a F1 temer veementemente correr na chuva. O foco na segurança é a justificativa furada que leva uma geração inteira a acreditar que não consegue andar no molhado, não se desafiar nos drifts controlados ou mostrar habilidades ocultas por tudo isto.

E numa coincidência mórbida, cai na linha esta verborragia sem noção. É de nota que nem toda corrida daquele tempo era pega-para-capar o tempo todo, mas a forma como é feito o chamado e como o discurso soa distorcido e repleto dos mesmos vícios de sempre anula praticamente tudo, causa mais repulsa do que possibilidade de um bom debate.

Se começarmos a enumerar corridas com lances inesquecíveis, grandes nomes e toda a mão-de-obra que tinham dentro da pista, em tempos analógicos ao extremos, sem a assepsia atual e cuja doma de bólidos era “na bruta” total, a discussão para por aqui. Não é saudosismo doentio, é constatação, e a história não pode ser pisada por este simplismo mau caráter de quem só busca a curtida e o seguidor alheio.

Amigo e amiga leitor e leitora do G&M: se você se intitula “racer”, lê e pesquisa, pergunta e volta no tempo na possibilidade de ver e rever corridas clássicas de tempos remotos, não se deixa levar por esse tipo de discurso e, melhor, avise os amigos que tem muito “especialista” garganta nas esquinas querendo te provar o contrário com a face oculta do simplismo e do rasgo à memória do esporte (e nem falo só do Brasil na F1).

Acompanhar automobilismo não precisa ser algo a nível PhD, mas você também não precisa ser apenas um que mergulha no modismo do hype e procura “informação” em canais e pessoas deste naipe. O tempo antigo É SIM uma autêntica era de OURO: cru, com seus momentos de glória, perigo, audácia, velocidade e mão-de-obra pura e pilotos que, seja da frente ou de trás do grid ou de dentro ou fora da F1, merecem o valor devido que a história lhes dá.

Sordidez desse tipo, dá alergia e, infelizmente, são os tempos que vivemos: o dos “especialistas” rasos cujas relações comerciais virtuais dão a proporção errática que vemos.

E pra completar: Volker Weidler tem LE MANS no currículo, e por ela perdeu a audição.

Vivemos a era de ouro e todos podem revive-la. O resto? Babaquice adquirida.

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