DNQ#6: Max Verstappen ostentando o seu domínio sem qualquer cerimômia

Porém, antes disso, vamos a nossa rotina de relembrar os pilotos que ficaram pelo caminho nas sempre lembradas com carinho pré qualificações de 1989? Hoje o dia é de lembrar do Alemão Volker Weidler! E aqui vou abrir uma licença poética: o alemão nascido em Heidelberg, é o legítimo caso de pilotos que ficam marcados pela passagem apagada na F1 porém que estão com o nome marcado na rocha da historia do automobilismo.

Weidler em Jacarepaguá com o Rial-Ford ARC02

Weidler é um dos pilotos da Mazda na famosa e histórica 24h de Le Mans em 1991, quando venceu a prova com o modelo 787B de motor rotativo Wankel, em trinca com Johnny Herbert e Bertrand Gachot. E, futuramente (e cruelmente, por que não), essa vitória lhe custaria o abandono do automobilismo, pois Weidler teve diagnosticada perda auditiva devido ao intenso ronco do motor japonês do bólido laranja-verde.

Mas voltando a 1989, ele estreava naquele fim de semana na F1, porém pela frágil Rial. Naquele momento, não parecia ser uma má escolha, vide a temporada bem interessante que Andrea de Cesaris fez em 1988 pela equipe alemã. Entretanto o modelo ARC2 com motor Ford Cosworth DFR, a estrutura pequena da equipe (focada em Christian Danner) juntamente com a inexperiência do piloto acabaram minando suas chances em Jacarepaguá.

O piloto marcou longínquos 1:31.964, 6,6s atrás da pole de Ayrton Senna e, com isso, marcando apenas a 33ª colocação geral, ou sendo o sétimo colocado na pré-classificação.


O Domínio da RedBull e de Max Verstappen

Largada do Gp de Miami: o mais longe que Max esteve da vitória.

Miami acabou trazendo um mais do mesmo da temporada, com um tempero especial: Após um erro na volta de classificação no sábado, Max Verstappen foi relegado a nona colocação do grid. Dificuldades para o holandês? Nenhuma! Em 15 voltas, Verstappen saiu de lá e estava colado no companheiro Sergio Perez, que curtia o rotulo de “rei das ruas” depois da vitória em Baku e a pole em Miami.

O chassis RB19 é absolutamente dominante nesse instante e mergulha a F1 num marasmo que não é novo, mas que realmente não era esperado. Louvável que os touros, em utilizando duas táticas diferentes para os seus pilotos, acabou mostrando qual é a verdadeira ordem na equipe: Max tinha toda a preferencia, e diz-se a boca pequena que Checo não era informado sob o que estava acontecendo…

Alonso estabilizado como o melhor do resto:

Alonso: o vencedor do resto.

Na segunda parte do grid, porem também sem muita competitividade a ponto de poder dar pitacos na prova do companheiro Lance Stroll, Fernando Alonso consegue mais um pódio para a sua carreira. Realmente não era esperado por ninguém que a Aston Martin fosse dar esse salto de qualidade, e creio que nem mesmo o asturiano.

E isso tá deixando inclusive uma imagem clara: apesar da evolução nítida perante a sua estreia, Lance só está na F1 literalmente por ser filho de um dos donos de equipe.

Alpine: Recuperando os pontos que eram para vir em Melbourne

Finalmente os Alpine pontuaram e bem

A Alpine conseguiu recuperar a posição de construtores que é a sua realidade: empatou com a McLaren só está ali devido a carambola de Melbourne, que eliminou os dois pilotos da equipe francesa. O que não salvou os chefes de equipe de tomarem um enorme puxão de orelha na sequencia da prova, cobrando resultados.

Pierre Gasly parece ter andado a la caranguejo e Ocon… bom o Ocon é o “Pierluigi Martini sem grife” ou o “Piercarlo Guinzani sem carisma”, cabe sua análise.

As usinas de Maranello passando dias opostos

Kevin Magnussen grande surpresa… já Charles Leclerc mantem a rotina.

Ja na Ferrari, decepção: Charles Leclerc bateu dois dias seguidos e quase que de forma igual. Porém, dessa vez, vou aliviar o lado do monegasco: Nitidamente andando acima da capacidade da Ferrari para tentar classificar mais a frente possível, ele sofreu muito com a traseira soltinha do seu carro, batendo duas vezes na mesma curva (que vou chamar, eternamente, de Marina Seca para lembrar de Laguna Seca e chorar de raiva que tem essa pista nos EUA enquanto aguentamos Miami).

Já Carlos Sainz, no seu modo Thierry Sainz ou Carlos Boutsen, vai coletando pontos e deixando o tempo passar até chegar o tal contrato com a Audi que andaram vazando por aí.

E na Haas, tivemos o primeiro grande prejuízo do ano com Nico Hulkenberg. O fim de semana dele foi muito fraco, porém Kevin Magnussen salvou a imagem da equipe em casa: Um P4 honroso no grid, mesmo que com o erro de Max, foi um ótimo resultado para a equipe de Gene Haas. E deu, em vias tortas, um belo espaço para a equipe que continua a sua saga de não sair do limbo da atual F1.

Dona Liberty…

A dona Liberty americanizando cada vez mais a F1 e o pilotos chiando. Somente Lewis Hamilton disse que fazia parte do show.

Vamos lá: que a Liberty proporcionou uma abertura midiática para a F1 é inegável. Que a geração formada pós DTS foi importante para a categoria ter uma lufada de ar que no momento de pandemia, diria que foi essencial, vide que a temporada 2020 foi de um domínio da Mercedes que poderia afastar investidores de forma massiva.

Mas dona Liberty, calma! A F1 é europeia. Ter apresentação de pilotos é totalmente dispensável. As figuras são conhecidas e reconhecidas no planeta todo. Um clique hoje e se sabe tudo que os pilotos fazem. Se fossemos falar de Volker Weidler, como começamos a falar no começo desse DNQ nos anos 1980, era válido. Agora hoje em dia, só faz a F1 cada vez mais ser um produto superexposto.

E eu como fã, e como analista, acho que a superexposição da F1 não está fazendo bem a ela.

Abraços a todos e até a próxima!

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