“Não foi uma live, foi uma sessão de terapia de grupo”
Quando Milton Rubinho teve que sair da roda por conta dos compromissos nas alamedas da GM, deixou essa frase comigo enquanto ainda estávamos no ar. Ninguém do grupo ou os amigos do G&M sabiam como seria o momento: tanta coisa pra contar e recontar, tanto conteúdo embarcado no mesmo voo, quantas horas seriam, se alguém ia chorar, e isso em se falando de quase duas semanas antes deste encontro.
Até parece ser corporativo falar sobre isso e dessa forma, mas podemos dizer que neste período que o blog/grupo existe, era o nosso momento mais importante até agora. Le Mans 2023 e as tantas chances já recebidas por Rodrigo Mattar pra contar a história do motorsport na “casa” dele – o canal A Mil Por Hora – podem parecer enormes e gratificantes, e são mesmo. Mas falar do chefe da forma como aprendemos, sem impregnar-se de viuvice e pachequismo, era um desafio e uma necessidade.
O que choca são as experiências pessoais, o famoso “o que você fazia naquele 1° de maio”. A quantidade de relatos era irrelevante diante do peso de cada um deles: emoção, tristeza profunda, dilemas, raiva incontida pela incompreensão, verdadeiros fatores que enchem olhos de qualquer psicólogo diante de uma morte ocorrida, nas palavras de Galvão Bueno, “na sala de estar de cada brasileiro”.
A resenha deste dia 30, que ultrapassou a meia-noite do dia 01 num pesado “ano novo”, reservou o melhor de nós e da nossa reverencia e respeito não apenas ao moleque de seu Milton e dona Neide. A gente tinha que falar de Roland, e Roland era tão grande e cheio de história quanto o Becão, ainda mais por ter ele a mesma idade do chefe, mas um trajeto de vida e velocidade que emociona pelo simples fato do “sonho suado tragicamente interrompido” no muro da antiga Villeneuve.
Enfim, prometi a mim mesmo que não escreveria tanto desta vez, mas impossível não deixar explicar o que foi mergulhar em lembranças tão aconchegantes e, também, tão pesadas daquele fim de semana que, se o deus da velocidade pudesse, rasgaria de nosso calendário de vida.
Com vocês, quatro horas de uma viagem no tempo. Tire um momento ou momentos para ver, mergulhe nas suas recordações e misture com as nossas. Guarde seu ufanismo fora e deixe apenas a reverencia.
Obrigado a todos por tanto!