Depois de uma ausência forçada em Imola, voltamos aos apontamentos do outro lado do Atlântico, já na marina fake de Miami, cheia de cenas clichês, patacoadas e exageros movidos por esta fase tão “pop” da F1, apesar de muito forçada. E o interessante, talvez observando uma espécie de ligação entre a Emília Romagna e a Flórida é que uma coisa tem sido certa neste digladiar entre o holandês e o monegasco: o psicológico conta muito.
No traçado ensolarado e encardido de Miami, outra vez Max Versatppen levou vantagem. Fez grande corrida para superar a desvantagem de largar na segunda fila e, abaixo de uma estratégia certeira, faturou mais uma vitória em 2022, o único resultado que o holandês campeão do mundo tem conseguido por hora. A julgar o desempenho da marca dos touros em Imola e aqui, os problemas de confiabilidade parecem estar ficando para trás, o que alivia a pressão sobre Christian Horner e seus comandados.
A Red Bull tem mostrado ser casca, mesmo com os revezes que colocaram o projeto deste ano em dúvida. Dentro e fora da pista, os austríacos estão querendo aproveitar o poderio que o novo carro e o momento estão proporcionando a cada corrida. Basta observar como as estratégias encaixam, seja no planejamento ou na forma sempre rápida e constante de Verstappen tocar a corrida, somado a entrega de Sérgio Perez, a presença de Checo a frente tem sido um grande diferencial, como fator para entregar resultados.
É uma situação que coloca a Ferrari com um peso enorme no plano. A equipe tinha tudo pra ser dominante e meter a pressão de fato em cima dos rivais, mas não está conseguindo virar o jogo como deveria em situação de corrida. Se em Imola, os erros de Charles Leclerc e Carlos Sainz foram capitais no fim de semana perfeito dos touros, em Miami nem mesmo o pódio da dupla foi o suficiente: é preciso reagir em corrida e rápido.
Tudo é questão não apenas de equipamento, o que talvez Maranello tem de se desdobrar para melhorar a máquina até a parada de Barcelona. Estamos falando de psicológico, de acusar o golpe antes que se permita uma reação. Qualquer desvio de conduta agora pode significar uma situação que não se recupere mais, seja em Montmeló ou depois disto, e a Ferrari sabe bem o que é perder o bonde da história quando está em vantagem.
Até a Espanha tem tempo, só é preciso ter cabeça e calma para vencer a névoa mental. Enquanto isso, a Red Bull nada de braçada mesmo atrás, e está a fim de comandar tudo.
Em uma frase:
– Precisamos falar sobre o Mick, mas deixa isso pra um post separado
– Fico perguntando se, ou estamos muito chatos com essa tentativa da F1 ser “pop” usando de todo elemento ou se a categoria realmente anda piegas demais com essas forçadas de barra na cultura de cada país. E ai? Alguma coisa fica legal, mas algumas… (McLaren que o diga!)
– Mercedes fecha a corrida no top-6, com George Russell novamente a frente. O compatriota do “joalheria ambulante” Hamilton adora andar com carro ruim, e acreditar que a Mercedes “melhorou” ainda é ilusão para mim.
– Realmente, a Alfa Romeo merece palmas pelo bom trabalho que tem feito. Apesar do erro de Valtteri Bottas, a sétima posição foi boa. Um carro consistente, um piloto fazendo o trabalho honesto, era tudo que a turma italo-suiça queria…
– Lance Stroll salvou o fim de semana da Aston Martin com um pontinho minguado e só conseguido a base de uma punição para Fernando Alonso. Já Seb Vettel… já disse, precisamos falar sobre Mick.
– A Williams segue com o seu “chiquitita, pero cumpridora”. Albon garrou mais dois pontos no domingo, talvez bem mais fáceis que a insanidade em Melbourne.